E-book Aventura nos Andes: Solidão infinita

É lá encima que se começa a entender muitas coisas incompreensíveis aqui do andar térreo. Daqui de baixo fitar os Andes parece que está marcando um encontro com Deus. Lá de cima, se tem a impressão de haver errado o caminho e entrado ao inferno. A solidão começa a cobrar altitude zero, praia, animais, pessoas, mesmo desconhecidas, plantações, barulho e até coisa nenhuma, mas em terra firme e muito mais longe de Deus, com quem você não se encontra, mas que está em todas as partes. Obrigada ao Pai por haver-me resgatado ao calçar-me de limites ao impor respeitar a aventura e não confundir coisas com seu nome porque isso é crença. Naqueles lugares onde estive se tem que lutar para voltar para vida em terra firme ou pedir ao Pai para ser levado a viver ao seu lado. Lá não há pecados nem ar; só montanha, desolação, silêncio, frio, muito frio, amplitude no isolamento, vacuidade no pensar, fome e uma vontade louca de regressar.
Obrigado ao meu jeep, a coragem que não sei de onde veio, aos guerrilheiros do Sendero Luminoso que não sei de onde saíram e que me ajudaram a cruzar o Rio Mauri e a todos aqueles que se preocuparam por mim e que já organizavam o meu resgate. A solidão foi infinita, as recordações imborráveis e o desejo de repetir a aventura... Nenhum!!!